Aquela que adormece
mantem acudido este
coração.
Alvorece a cidade
a empatia do ébrio
é afeição.
Vulnerável encanto
ínfimo revela-se
a quem tem visão.
Porém será imutável
pra sempre ameno
a quem tange a solidão.
terça-feira, 29 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
O sistema me criou
Estou trancado nesse quarto, as paredes me impedem.
Quando abrem a porta me dão um copo d'água e alguns comprimidos.
Um cara legal dividia esse espaço comigo, mas foi embora
a noite passada, enquanto eu estava dormindo.
Eu tava trampando fim de mês a firma exigindo produção,
mesmo me vendo um bagaço recebia 400 conto de ordenado.
Que se pagava o frango, falta pro aluguel do barraco,
mas continuava garantindo a terceirização.
Na fila do busão eu afoito, quando conseguia subir alguns degraus,
era porque pra trás empurrava uns oito.
Todo dia aquele aperto, desfalecido do dia puxado. Se pensar não mudou nada
e quem questionou foi calado, quem inventou essa de igualdade social?
Meu ponto de parada ficava um antes do ponto final, mas la eu não podia descer
porque sempre tinha uns policial.
Tomava enquadro e me reviravam até o osso, diziam
que era abordagem de rotina mas tiravam sempre os trocados do meu bolso.
Chegava no barraco o meu refugio, um comodo dividido em três e sempre a mesma cena
maior falatório e a TV ligada no Datena. Nas panelas várias sobras do almoço
se eu comesse na janta, não tinha pra marmita.
Naquela noite eu quis matar o causador de outra duvida.
Qual é ajuda de Deus pra quem cedo madruga?
Tentava olhar pelo lado positivo,
mesmo vendo meu filho de 11 anos com uma doença muscular degenerativa.
E a droga do SAMU que não socorreu a minha mãe que morreu com infecção
causada pela bolsa de colostomia.
Eu resolvi mudar, fui buscar cada um desses que me sugavam até o tutano.
E se existe céu, o inferno fica junto desses tiranos.
Acordei com uma proposta para o dia seguinte, quem sabe assim
pelas manchetes o sem voz aqui ganhe vida.
Liberei o gás da empresa e fiquei assistindo os chefes pegarem fogo
durante uma reunião. Fui atrás do empresario dono dos busão lotados,
esmaguei as costelas dele com uma pá de bicudas e porradas.
Dos policiais não tive pena, para cada palavra macaco que da boca deles
ouvi um dia, foi um furo feito com uma faca de cozinha.
Do barraco não sobrou nem as telhas, foi pro saco junto com o sensacionalista do
Datena.
Pros meus filhos eu aliviei, enquanto estavam dormindo eu
asfixiei com umas sacolas de mercado e muitas lagrimas, mas eu os tava salvando desse mundo.
Foi então que me vi, pronto a me atirar da ponte do Morumbi.
Hoje conversei com um velho babaca, descobri que é ele
quem me enche desses remédios. Me colocaram essa camisa de força
e meu sangue mal desce pras penas. O boato que rola é que estou maluco
mas tudo o que tentei foi dar um jeito no mundo.
O tal cara legal eu acabei matando. Era o terceirizador da empresa
ficou louco também, que azar do fulano.
Quando abrem a porta me dão um copo d'água e alguns comprimidos.
Um cara legal dividia esse espaço comigo, mas foi embora
a noite passada, enquanto eu estava dormindo.
Eu tava trampando fim de mês a firma exigindo produção,
mesmo me vendo um bagaço recebia 400 conto de ordenado.
Que se pagava o frango, falta pro aluguel do barraco,
mas continuava garantindo a terceirização.
Na fila do busão eu afoito, quando conseguia subir alguns degraus,
era porque pra trás empurrava uns oito.
Todo dia aquele aperto, desfalecido do dia puxado. Se pensar não mudou nada
e quem questionou foi calado, quem inventou essa de igualdade social?
Meu ponto de parada ficava um antes do ponto final, mas la eu não podia descer
porque sempre tinha uns policial.
Tomava enquadro e me reviravam até o osso, diziam
que era abordagem de rotina mas tiravam sempre os trocados do meu bolso.
Chegava no barraco o meu refugio, um comodo dividido em três e sempre a mesma cena
maior falatório e a TV ligada no Datena. Nas panelas várias sobras do almoço
se eu comesse na janta, não tinha pra marmita.
Naquela noite eu quis matar o causador de outra duvida.
Qual é ajuda de Deus pra quem cedo madruga?
Tentava olhar pelo lado positivo,
mesmo vendo meu filho de 11 anos com uma doença muscular degenerativa.
E a droga do SAMU que não socorreu a minha mãe que morreu com infecção
causada pela bolsa de colostomia.
Eu resolvi mudar, fui buscar cada um desses que me sugavam até o tutano.
E se existe céu, o inferno fica junto desses tiranos.
Acordei com uma proposta para o dia seguinte, quem sabe assim
pelas manchetes o sem voz aqui ganhe vida.
Liberei o gás da empresa e fiquei assistindo os chefes pegarem fogo
durante uma reunião. Fui atrás do empresario dono dos busão lotados,
esmaguei as costelas dele com uma pá de bicudas e porradas.
Dos policiais não tive pena, para cada palavra macaco que da boca deles
ouvi um dia, foi um furo feito com uma faca de cozinha.
Do barraco não sobrou nem as telhas, foi pro saco junto com o sensacionalista do
Datena.
Pros meus filhos eu aliviei, enquanto estavam dormindo eu
asfixiei com umas sacolas de mercado e muitas lagrimas, mas eu os tava salvando desse mundo.
Foi então que me vi, pronto a me atirar da ponte do Morumbi.
Hoje conversei com um velho babaca, descobri que é ele
quem me enche desses remédios. Me colocaram essa camisa de força
e meu sangue mal desce pras penas. O boato que rola é que estou maluco
mas tudo o que tentei foi dar um jeito no mundo.
O tal cara legal eu acabei matando. Era o terceirizador da empresa
ficou louco também, que azar do fulano.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
O Dono da boca
Calaram o dono da boca.
Cheio da grana.
Chefão linha de frente das biqueiras da zona sul.
Comandante do assalto ao banco central.
Não viu seu pivete crescer.
Não ouviu o discurso da sua filha.
Porém
À hora de jogar a rosa
O vapor deu-lhe uma cuspida
Encheram o túmulo de terra
O nada e a vida.
Silêncio.
terça-feira, 22 de julho de 2014
Não é preciso apagar a luz
Sua presença um tanto rápida fez com que meus dias
tomassem outra direção.
Saudades, sentimentos, vontades
de ter você aqui quando a noite cair.
Vivendo no meu coração a noite
marcada pela luz do seu corpo.
Seus beijos me transcedem,
estar do seu lado é enaltecer o viver.
A cada toque um pedido, a cada pedido
uma insistencia perspicaz, gemidos de para
excitantes soavam como desejos, medo, receio e vontade.
Durante horas passei a tanger seu corpo,
como lúdico viajei entre suas curvas
até mergulhar em seu libido
nos dando prazer e muito tesão.
Sua boca gelada tocando a minha barriga
declarava audácia, alento e o sexo.
Saudades brilham na calada da noite.
Para o impudico o âmago, e para nós todo amor do mundo.
segunda-feira, 21 de julho de 2014
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